Facturas de 6,78 ME "encontradas numa sala" do IDP
O governante disse que as facturas, emitidas desde 2004 e até este ano, vão ser enviadas para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas para apurar eventuais ilícitos criminais.
"Não é normal, compreensível ou aceitável" que situações deste género se verifiquem, disse o ministro.
Miguel Relvas adiantou ainda que foi encontrada uma verba de cerca de dois milhões de euros retida pelo Instituto do Desporto no âmbito do 'Totonegócio' e do 'Plano Mateus' e que não foi entregue ao Ministério das Finanças como estava previsto.
No total, são 687 facturas emitidas por mais de uma centena de empresas, algumas com valores superiores a um milhão de euros, esclareceram posteriormente o ministro e o secretário de Estado do Desporto e da Juventude, Alexandre Mestre.
"Foram descobertas por acaso. Estavam numa sala fechada", precisou Miguel Relvas, que se fez acompanhar na deslocação ao Parlamento das várias pastas em que estão as facturas. O ministro disse ter pensado, inicialmente, que se tratava de duplicações, mas confirmaria posteriormente que não.
Questionado sobre a possibilidade de se estar perante uma fraude, o ministro escusou-se a avançar com qualquer hipótese, remetendo o apuramento da situação para as autoridades judiciais, alegando que o Governo é um órgão executivo sem poderes para agir nessa matéria.
Alexandre Mestre diria depois aos jornalistas que algumas entidades que passaram as facturas têm vindo a exigir o seu pagamento, o que indica que não terão sido pagas.
Obras feitas no complexo desportivo onde se situa o estádio nacional, no Jamor (Oeiras) e despesas com limpezas e higiene são algumas das despesas a que se refere a documentação, adiantaram os dois governantes, que disseram desconhecer mais pormenores sobre a documentação.